O Poder da Imaginação

In the times when the oceans drank Atlantis, a galera passava a tarde inteira jogando videogame.
A diferença é que o videogame da época era o Atari, que tinha gráficos tão bons quanto o MineCraft.



Olhando agora para a quadradeza destes games, como é que podemos justificar tanto tempo chacoalhando o joystick (procurem a tradução deste nome, como eram ingênuos os anos 80...) na frente da televisão?
Será que era pelo desafio de conseguir uma pontuação maior no jogo ou era uma total e absoluta falta do que fazer?
Sim, naquela época os jogos não tinham fim, e o desafio dos jogos era maior a cada fase, transformando os recordes em verdadeiras medalhas entre a garotada (existiam lendas que, se você fizesse o caminho correto do Pitfall sem perder muito tempo, você chegava numa escadinha de helicóptero e subia para fora da tela; outros diziam que depois da décima tela do Enduro, o jogo parava e uma taça de ouro piscava no placar; no Frostbite, diziam que se você chegasse nos 400.000 pontos, você chegava numa praia, maaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaas, nenhum desses finais foi confirmado).
Sim, não tinha internet, gibi era so uma vez por mês e desenhos animados bons só passavam no domingo de manhã, portanto, nada melhor para se fazer.
E ainda assim, por incrivel que possa parecer, a imaginação da turma permitia a imersão naqueles cenários poligonais coloridos que, na maioria das vezes, eram feitos por apenas 1 programador.
Pode parecer impossível, não só pelos gráficos rudimentares, como também pela falta de noção das ações que eram feitas (um caçador pulando canibais para salvar sua namorada, um avião voando no leito de um rio destruindo tudo que está na sua frente, uma nave atirando em outras naves que ficam em formação reta e só atiram de vez em quando, entre outras), mas ainda assim, a gente conseguia entrar naquele mundo.
É esse o poder da imaginação.
Tem gente que gostava tanto que até reformou alguns games para mostrar como é que aqueles quadradinhos eram vistos na mente deles.
Atenão, só funciona no Internet Explorer, afinal, não basta ser Atari, tem que ser precário.




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