E os jogadores de Daemon apronta de novo...

Mulher tem olhos arrancados em assassinato brutal na cidade de Mairiporã, e o delegado afirma se tratar de um ritual de RPG.
Felizmente, essa época de imbecilidade já passou aqui no Brasil (será?), e essa historinha de atribuir assassinato a jogo de RPG já passou.
Aproveitando a deixa daqueles tempos, esta é uma ideia de jogo baseada em uma notícia recente que NÃO está sendo investigada por um delegado evangélico roxo:


Vamos agora fazer uma linha de tempo alternativa, onde o delegado está sendo investigado por crimes de corrupção,e precisa urgentemente resolver um caso de grande repercussão para ganhar alguma moral contra a investigação interna.
Investigando o computador da suspeita, ele acha figuras de demônios entre os arquivos temporários, ligados a um site de RPG.

O delegado já ouviu falar deste tal RPG na igreja em que frequente, o filho de uma fiel passou por ritual de exorcismo para parar de jogar esse jogo. Ele decide seguir essa pista e confirma para a imprensa que já tem pistas da seita macabra responsável pela morte da dona de casa.
O técnico da delegacia descobre que o sobrinho da vítima estava com login em alguns sites de relacionamento do computador, e o jovem confirma que utilizou o computador da tia durante um churrasco durante o final de semana passado e visitou, inclusive, que foi ele que acessou o tal site de RPG.
Imediatamente, o rapaz de 19 anos é colocado sob custódia, como principal suspeito do crime, pois o delegado afirma para a imprensa que, baseado em imagens conseguidas na internet, trata-se claramente de um ritual de RPG.

A biblioteca onde o grupo de RPG do sobrinho da vítima se reúne para jogar nas tardes de sábado é investigado pela polícia, e outros livros de RPG com imagens de monstros e nomes estranhos são localizados, e um mandato de prisão preventiva contra os demais jogadores deste grupo pode ser expedido a qualquer momento.
É neste momento que começa o jogo: Os personagens serão os jogadores deste grupo, ou até mesmo pais destes rapazes, enfrentarão o mundo para provar que são inocentes.

A primeira constatação que farão é que a liberdade do amigo/filho não depende de justiça, e sim de burocracia.
Não importam as provas de que ele estava em outro local, a "investigação" o coloca como a ligação principal com a tal seita, e ele deve ser mantido preso para não interferir nas investigações.
O rapaz está em uma cela comum, pois não tem diploma nem nada, e cada dia nesse ambiente é uma tortura surreal para um jovem que, até ontem vivia em um confortável lar de classe média. Cada minuto conta para tirar ele de lá, ele poderá ter traumas para o resto da vida.
Outra pressão com a qual os personagens terão que lidar serão as falsas amizades da sociedade: Muitos "amigos" sabem muito bem que toda essa prisão é uma grande palhaçada, mas preferem ignorar o fato e não moverão uma palha para defender o rapaz, pois são mais fracos do que o sentimento de "o que vão falar de mim se eu aparecer defendendo esse rapaz, essas coisas de RPG aí, vai que tem alguma coisa mesmo".
Os personagens estarão por conta própria, e terão que fazer o trabalho da polícia para conseguir libertar o jovem inocente.

O que aconteceu de verdade?

Algumas linhas que você pode seguir no seu jogo:
- A dona de casa estava com depressão grave, deu trela pr'algum maluco da internet, embarcou na loucura dele e topou fazer um ritual para abertura do terceiro olho.
- O marido dela pode estar envolvido em algo grave na sua profissão (tem cargo importante no jornal "Estado de São Paulo") e essa morte foi apenas uma ameaça para algo muito pior.
- A mulher sabia de alguma jogada suja do marido, e ele armou o assassinato e disfarçou a cena do crime para despistar a polícia.
- O delegado tem a pista do que realmente aconteceu, mas como voltar atrás nesse momento traria um grande descrédito para ele, ele vai enrolando o caso até o julgamento (daqui a 5 anos).
- Ela realmente foi uma vítima anônima de um bando de fanáticos que estavam fazendo um ritual para qualquer coisa.
- Ela foi uma vítima por engano (por estar andando pela cidade sob efeito de grande dose de antidepressivos, foi confundida com uma mendiga) de uma seita mística que tem grandes poderes secretos de influência em toda essa cidade.
- O rosto estava completamente desfigurado, e por conta do reconhecimento ter sido feito apenas pelo marido, que estava chocado e ainda sob efeito de potentes remédios para dormir, o reconhecimento foi incorreto, e o corpo não era o da tia do rapaz. O sumiço dela será uma coincidência, pois ela simplesmente esvaziou sua conta e fugiu com um amante meninão na mesma madrugada.
- Quem cometeu o crime foi o Coronel Mostarda, utilizando o candelabro, no salão de música.


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