Postagens

Mostrando postagens de fevereiro, 2013

Máscaras e Arquétipos

Imagem
Além de heróis e monstros, existem outros personagens em seus jogos de RPG? Christopher Vogler, quando trabalhando no departamento de desenvolvimento de ideias da Disney no final dos anos 80, fez um memorando para os roteiristas com um guia de criação com base em estruturas míticas. Esses conceitos, agrupados em 7 páginas, ficaram tão bons que evoluiu para o livro "A Jornada do Escritor", e Vogler, além de se tornar um dos principais roteiristas de Hollywood, também é um "doutor" de roteiros, que corrige ou troca elementos para garantir o sucesso do futuro filme. Nesta "Jornada do Escritor", além de abordar as partes da história segundo as 12 partes da jornada do Herói, de Joseph Campbell, utilizou conceitos arquetípicos de Carl Jung para caracterizar cada uma das funções dos personagens de uma história. Esses arquétipos não significam necessariamente que um personagem é representado de uma maneira. Os arquétipos devem ser vistos como funções do pers

Os deuses não se enganam?

Imagem
Um comportamento que se repete muito no Brasil é a crença no ditado "santo de casa não faz milagre"; pra ser bom tem que vir de fora. Por conta disso, pessoas atribuem um distanciamento mítico para tudo que elas veem como sendo símbolo do sucesso: Se funciona, é porque alguma divindade quis assim. Livros são escritos por entidades superiores, e artistas de televisão são seres de uma dimensão paralela. Provavelmente por causa da baixa cultura e da falta de vontade de trabalhar, essas pessoas não conseguem assimilar o fato de que um ser humano, assim como eles, pode produzir algo de sucesso. Quantas vezes não se ouviu aquele pessoal falando que a novela da Globo é uma porcaria, mas deu nove horas, olha o infeliz lá, na frente da tv, vendo a novela. Com os RPGs é a mesma coisa: o pessoal reclama, fala que o D&D virou um videogame, que perdeu completamente a noção de roleplay, mas ainda assim, a turma continua endeusando o jogo, como se não houvesse versões nacionais bem

Personagens femininas são violentas?

Imagem
Existe uma certa cautela quando personagens femininas estão no jogo, principalmente quando são controladas por meninas. Aliás, mesmo jogando com personagens masculinos, o ritmo da mesa de jogo muda quando tem uma menina presente. Uma das motivações deste comportamento é o fato de que o sexo feminino não está ligado com violência. Pelo menos na teoria, meninas buscam outra coisa numa história, e não apenas brigas com os inimigos. O mestre de jogo fica quebrando a cabeça, buscando um interesse amoroso para motivar a personagem feminina, ou então, criando pets fofinhos e armaduras coloridas para atrair a atenção dela, mas com a motivação correta, qualquer jogador pode ficar muito violenta. As motivações femininas são sutis e malucas, elas enxergam algo que vai além da realidade, e só faz sentido para elas. Uma dica interessante para despertar o ódio delas contra seus inimigos, e fazer elas rolarem os dados com gosto é cuidar dos detalhes do inimigo. Não estou falando de bônus de arma

O que você está oferecendo para seus jogadores?

Imagem
Existe um círculo vicioso do medieval fantástico no RPG medieval. Estou falando daqueles jogos de matar monstro e ganhar XP, que a empresa "Wizards of the Coast" resumiu de maneira genial nos seus boardgames baseados na 4ª edição do "Dungeons&Dragons" O RPG meio que virou isso, um jogo de tabuleiro de temática medieval com os jogadores falando, eventualmente, como se fossem os peões que estão utilizando no jogo. E tem mestre que fala que só faz esse tipo de jogo porque é isso que o pessoal gosta de jogar, sempre que ele fala de fazer algo diferente a turma ameaça sair da mesa. Será que é assim mesmo? Será que o pessoal só gosta de jogo de matar monstro ou será que é só isso que é oferecido para eles? Será que passado o momento do aprendizado, que o jogador também passou ao conhecer o medieval fantástico, ele não vai passar a gostar de todas as novas oportunidades de cenários de RPG que existem por aí? "O povo consome o que lhe é dado." - Antô

Pet Companion não é Pokémon!

Imagem
Tem jogador que se empolga com a possibilidade de ter vários pets com seu personagem, e fica perturbando o mestre, falando que tá na regra, que ele tem pontos e tudo o mais. Imagina, um ranger com cavalo, lobo, águia, pantera, papagaio e uma tartaruga marinha. Pode até estar na regra, mas não dá certo: E tem mais, o cara quer animais ferozes como pets, para ajudar nas batalhas, portanto, o mestre tem que lembrar que esse animal é feroz na natureza, quando o personagem "amigo dos animais" tenta adestrá-lo:

Novo teste para cenas de tiro

Imagem
Já pensou em cobrar de seus jogadores alguma simulação de atividade ao invés da rolagem de dados para resolver uma ação? Já está disponível para uso doméstico o aparelho adquirido recentemente para melhorar o desempenho das forças policiais do estado de São Paulo. Na época de sua implementação, o Secretário de Segurança Pública, Coronel Ubiratan Soares Figueiredo, disse que a utilização de tal equipamento, além de cortar completamente os custos com munição e manutenção de armas, também simulava com exatidão as situações de confronto nos mais variados logradouros. Durante as cenas de tiroteio em seus jogos de RPG, você poderá colocar seus jogadores numa réplica da situação de tiro, e avaliar se o desempenho dele significa o sucesso ou o fracasso do personagem dentro da mesma situação no jogo. Eventuais bônus ou penalidades que o personagem possa ter, seja em sua ficha ou na ficha dos alvos, podem ser ajustadas pelos botões de ajuste do aparelho. Confira abaixo o vídeo institucional

Ganhar XP ou Fazer Interações? Eis a questão?

Imagem
E se, no meio do combate, um dos monstros começasse a conversar com os personagens jogadores, ou então, começasse a se comportar de uma maneira diferente, evitando o ataque e tentando mostrar alguma coisa. Será que os jogadores vão desperdiçar os XP da morte desse monstro para ficar gastando tempo da aventura numa interação que nem poderia resultar em algo de útil para o grupo (resolveria apenas o problema do monstro)? Eu tive uma experiência divertida com isso: Em um jogo de D&D, os jogadores estavam escapando duma prisão por cavernas subterrâneas, e alguns guardas esqueletos patrulhavam o local. Durante o confronto, perceberam que, um dos esqueletos não atacava, aliás, nem estava segurando arma alguma: O esqueleto estava junto com os outros, mas quando a briga começou, ele se afastou (os esqueletos estavam em maioria), e ficou apenas observando a ação, se afastando quando alguma ação violenta chegava perto dele. O grupo ficou intrigado com aquela descrição, e tentaram inter

A Morfologia dos Contos de Fadas

Imagem
Lembra da "Jornada do Herói"? Teve um acadêmico russo que fez a mesma coisa que o Campbell com os contos de fadas e contos folclóricos russos, destacando cada um dos eventos que viu acontecer nessas histórias e identificando-os em várias histórias. Vladimir Propp chegou numa lista de 31 cenas que podem ocorrer em uma história. Tente achar alguma história que tenha alguma cena que não esteja nesta lista: 1- DISTANCIAMENTO: um membro da família deixa o lar; 2- PROIBIÇÃO: uma interdição é feita ao Herói; 3- INFRAÇÃO: a proibição é violada; 4- INVESTIGAÇÃO: o Vilão faz uma tentativa de aproximação/reconhecimento; 5- DELAÇÃO: o Vilão consegue informação sobre a vítima; 6- ARMADILHA: o Vilão tenta enganar a vítima para tomar posse dela ou de seus pertences; 7- CONIVÊNCIA: a vítima deixa-se enganar e acaba ajudando o inimigo involuntariamente; 8- CULPA: o Vilão causa algum mal a um membro da família (por família, entenda a comunidade em que o herói vive) do Herói; alte