Cinco são mais eficientes do que cinco mil: Um estudo sociológico sobre legislação e atitude.
O interior paulista foi marcado, recentemente, pelo descarrilhamento de vagões de um trem, que resultou na trágica morte de oito pessoas que participavam de uma festa doméstica no final de semana.
A tragédia gerou grande comoção popular, com debates na câmara dos vereadores, explicações da responsável pelo trânsitos de trens (América Latina Logística) e repercussão por todas mídias do interior paulista.
Porém, não só os acidentes com trens interferem na rotina urbana: grandes composições, que beiram uma centena de vagões, atravessam importantes ruas de várias cidades várias vezes por dia, bloqueando o trânsito por até 20 minutos, e não são raros os momentos em que o trem para, bloqueando o trânsito por tempo indefinido.
Com certeza, bem mais do que cinco mil pessoas estão esbravejando aos quatro ventos, cobrando a retirada de linhas férreas de áreas urbadas, abaixo assinados pedindo construções de viadutos sobre os trilhos, exigindo providências, denunciando em programas de tv e tudo o mais.
Mais do que cinco mil cidadãos, tentando das mais variadas maneiras, por mais do que cinco anos, e a situação permanece imutável.
Porém, o máximo que esses cinco mil fazem é falar e assinar.
Bastariam cinco, com uma atitude, para resolver esse problema em cinco meses.
Cinco que passassem do parlamento legal para a atitude ilegal: a destruição.
Com as ferramentas corretas, apenas cinco pessoas seriam capazes de destruir os trilhos em regiões urbanas, em trechos afastados de residências.
Um descarrilhamento a cada cinco dias, em diferentes cidades, causados por apenas cinco pessoas.
Quanto prejuízo a ALL suportaria antes de investir o dinheiro que, com certeza, seria gasto em futuros descarrilhamentos, no desvio dos trilhos ou construções de passagens que não atrapalhem a rotina urbana?
Isso seria correto?
Ou é correto apenas aquilo que respeita a legislação?
A legislação é um conjunto de leis, criadas por membros de uma sociedade, para definir os procedimentos que devem ser adotados nas mais variadas situações para que se chegue a uma solução justa.
Mas e quando a legislação, além de não resolver problemas, serve apenas para transformar a justiça em prostituta nas mãos daqueles que podem pagar por ela? Quando a legislação é incorreta, é correto seguir a legislação?
Grandes mudanças históricas foram conseguidas por meio de atitudes, e não por meio de obediência à legislação.
Todos os feriados cívicos brasileiros homenageiam momentos em que as leis foram quebradas (ou momentos em que se tentou quebrar a lei).
O que faz o mundo seguir adiante são atitudes, e não apenas palavras, afinal, o que é uma ofensa verbal perto de um soco na sua cara?
Jardim Conceição, em São José do Rio Preto, dia 24/112013
A tragédia gerou grande comoção popular, com debates na câmara dos vereadores, explicações da responsável pelo trânsitos de trens (América Latina Logística) e repercussão por todas mídias do interior paulista.
Porém, não só os acidentes com trens interferem na rotina urbana: grandes composições, que beiram uma centena de vagões, atravessam importantes ruas de várias cidades várias vezes por dia, bloqueando o trânsito por até 20 minutos, e não são raros os momentos em que o trem para, bloqueando o trânsito por tempo indefinido.
Com certeza, bem mais do que cinco mil pessoas estão esbravejando aos quatro ventos, cobrando a retirada de linhas férreas de áreas urbadas, abaixo assinados pedindo construções de viadutos sobre os trilhos, exigindo providências, denunciando em programas de tv e tudo o mais.
Mais do que cinco mil cidadãos, tentando das mais variadas maneiras, por mais do que cinco anos, e a situação permanece imutável.
Porém, o máximo que esses cinco mil fazem é falar e assinar.
Bastariam cinco, com uma atitude, para resolver esse problema em cinco meses.
Cinco que passassem do parlamento legal para a atitude ilegal: a destruição.
Com as ferramentas corretas, apenas cinco pessoas seriam capazes de destruir os trilhos em regiões urbanas, em trechos afastados de residências.
Um descarrilhamento a cada cinco dias, em diferentes cidades, causados por apenas cinco pessoas.
Quanto prejuízo a ALL suportaria antes de investir o dinheiro que, com certeza, seria gasto em futuros descarrilhamentos, no desvio dos trilhos ou construções de passagens que não atrapalhem a rotina urbana?
Isso seria correto?
Ou é correto apenas aquilo que respeita a legislação?
A legislação é um conjunto de leis, criadas por membros de uma sociedade, para definir os procedimentos que devem ser adotados nas mais variadas situações para que se chegue a uma solução justa.
Mas e quando a legislação, além de não resolver problemas, serve apenas para transformar a justiça em prostituta nas mãos daqueles que podem pagar por ela? Quando a legislação é incorreta, é correto seguir a legislação?
Grandes mudanças históricas foram conseguidas por meio de atitudes, e não por meio de obediência à legislação.
Todos os feriados cívicos brasileiros homenageiam momentos em que as leis foram quebradas (ou momentos em que se tentou quebrar a lei).
O que faz o mundo seguir adiante são atitudes, e não apenas palavras, afinal, o que é uma ofensa verbal perto de um soco na sua cara?
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